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A Venda do Fazendão: O Fim de Uma Era para o Bahia

O futebol é mais do que um jogo; ele é a expressão de emoções, memórias e comunidades. Para os torcedores do Bahia, o Fazendão era mais do que um centro de treinamentos: era um pedaço da história viva do clube. Recentemente, o Bahia oficializou a venda deste importante imóvel, conhecido como Centro de Treinamentos Osório Villas-Bôas, o que marca o fechamento de um capítulo significativo na trajetória do Esquadrão de Aço.

A Negociação e Seus Detalhes

A negociação para a venda do Fazendão já estava sendo discutida há alguns meses, e, segundo informações divulgadas pelo radialista Jaílson Baraúna, foi oficialmente concluída no final de junho. O Bahia SAF, responsável pela administração do clube, confirmou a transação em uma breve nota em seu site, mas não revelou detalhes sobre o valor da venda ou a identidade da empresa compradora. O imóvel, que não era utilizado pelo clube desde o final de 2019, foi vendido para facilitar novos projetos e a reestruturação necessária.

Transformações Futuras: O Que Vem Por Aí

De acordo com o radialista Jaílson Baraúna, a Direcional Engenharia, uma construtora com sede em Belo Horizonte, assumiu o terreno de 125.463 metros quadrados. A empresa planeja transformar o espaço em um conjunto habitacional, planejando construir 1.800 unidades do programa ‘Minha Casa Minha Vida’, em parceria com o Governo Federal. Essa mudança não representa apenas a transformação física do local, mas também uma nova fase na relação da comunidade com o espaço onde antes se treinava um dos maiores clubes de futebol da Bahia.

A História do Fazendão

O Fazendão, inaugurado em 1979 durante a presidência de Paulo Maracajá, simboliza a era de ouro do Bahia. Antes dele, o clube utilizava a Fazendinha, no Costa Azul. O novo centro de treinamento surgiu em um momento de glória, logo após o clube conquistar sete campeonatos baianos consecutivos. O Fazendão não apenas serviu como base para treinos, mas foi o local de grandes vitórias, incluindo a conquista nacional que ocorreu logo em sua primeira década.

Contudo, as décadas seguintes trouxeram desafios significativos. A partir do final dos anos 90, o Bahia enfrentou um período sombrio, envolvendo rebaixamentos e até a descida à Série C em 2006. O Fazendão chegou a ser um “palco de guerra” em 2008, quando torcedores insatisfeitos invadiram o campo para pressionar os jogadores por mau desempenho. Foi uma época difícil, que manchou a memória do que o centro de treinamento representava.

Os Desafios da Gestão

Em 2012, sob a gestão de Marcelo Guimarães Filho, o clube começou a se encaminhar para a construção da Cidade Tricolor, uma promessa de modernização. Porém, a história tomou um rumo complicado: um contrato com a OAS quase levou à perda do controle sobre o Fazendão e a nova estrutura. Por muito pouco, ambas poderiam ter sido vendidas, resultando na perda definitiva de parte do patrimônio tricolor.

Com a intervenção da nova administração, foi revelado que o Bahia nunca havia sido o real proprietário da Cidade Tricolor. O presidente Fernando Schmidt foi fundamental na recuperação do Fazendão, enquanto a gestão de Marcelo Sant’Ana e Pedro Henriques, entre 2015 e 2017, investiu cerca de R$ 6,4 milhões na reaquisição dos dois centros de treinamento. Após muitas dificuldades, a assinatura oficial da posse do Fazendão ocorreu em 26 de setembro de 2017.

Reflexões Finais

Com a venda do Fazendão, o Bahia fecha um importante capítulo de sua história, uma transição que gera uma mistura de nostalgia e esperança. Para os torcedores, é o fim de uma era, mas também uma oportunidade de renovação. É fundamental que o clube, agora com novos objetivos, continue a engrandecer seu legado, talvez com novos centros de treinamento que possam apoiar futuros talentos e manter viva a paixão pelo futebol.

A venda do Fazendão nos convida a refletir não apenas sobre a transformação do espaço físico, mas sobre o que significa ser parte de um clube, de uma comunidade e de uma história que transcende gerações. É um chamado para que os torcedores unam forças na luta para que o Bahia continue a brilhar tanto dentro quanto fora de campo.

• O Fazendão foi vendido em uma negociação que se arrastava há meses.
• Direcional Engenharia se tornará responsável pela construção de 1.800 unidades habitacionais.
• O histórico centro de treinamento deixou de ser utilizado pelo Bahia em 2019.
• A trajetória do Fazendão é marcada por grandes vitórias e também por momentos difíceis.
• O clube superou desafios administrativos para recuperar a posse do Fazendão e da Cidade Tricolor.

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